Enquanto não se resolve o quiproquó que teve início há inacreditáveis 5 anos atrás, com o ataque ao painel de frei Confaloni na sede deixada pela Secretaria Estadual de Educação, o artista segue obtendo destaques e reconhecimentos.
Em julho recente (26/06 a 14/07/2024) frei Confaloni estava com dois de seus quadros juntos aos de Cândido Portinari e Alfredo Volpi, entre outras estrelas nacionais, na exposição “OltreOceano, 150 anos de arte ítalo-brasileira”, promovida pela Embaixada da Itália, na Galeria do Senado Federal, com a curadoria Marcelo Gonczarowska Jorge.
Dia 09 de agosto 2024, na PUC-GO, frei Confaloni foi tema de mais uma tese de defesa de doutorado, desta vez pela professora e filósofa Ana Kelly Souto, com o trabalho “A pregação pela Arte, um estudo da obra de Confaloni como Via Pulchritudinis”. O título de doutora foi outorgado pela Banca, em seguida a uma apresentação criteriosa e cristalina (Frei Confaloni já foi motivo de outras duas teses de defesa de Doutorado: de Jacqueline Vigário, pela UFG, e de Maria Abadia Silva, pela PUC).
Seu museu em Goiânia fica na antiga Estação Ferroviária, onde desde sempre já havia duas de suas maiores obras, os painéis em afresco intitulados “Os Bandeirantes: antigos e modernos”. O Museu goianiense tem uma programação concorrida de exposições temporárias vocacionada para artistas emergentes.
Já o Museu Histórico Dominicano Frei Nazareno Confaloni, na cidade de Goiás, onde ele chegou ao país, acaba de completar seu primeiro ano de existência (13 de agosto). E dia 15 deste mesmo mês, o Museu recebeu 21 obras de frei Confaloni pertencentes ao acervo do Convento Dominicano de Goiânia, que estavam sob a guarda da PUC desde as comemorações do seu centenário de nascimento, em 2017, quando elas participaram da grande exposição retrospectiva “ABC Confaloni, modernidade inaugural e outras obras”, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Centro Cultural Oscar Niemeyer, com a curadoria de Px Silveira, que é seu biógrafo e representante da família no Brasil.
Sua cidade natal, Grotte di Castro, com cerca de 2.967 habitantes, situada em cima de um morro a cerca de 100 quilômetros ao norte de Roma, vai realizar um grande evento neste dia 7 de setembro de 2024, promovido pela Prefeitura local, com a inauguração de um espaço municipal permanente para mostra de suas obras.
Consta da programação palestras com autoridades de turismo e cultura da região Toscana, e uma conferência sobre o artista, por Px Silveira, que viaja convidado para o evento, e que terá também a apresentação de seu livro Conhecer Confaloni editado em italiano.
Para fechar a programação, será feita uma visita guiada aos 3 painéis que Confaloni realizou no interior da Igreja de São Pedro Apóstolo, e à casa onde ele nasceu, na Via Santuário, nº 5.
Ao fim da jornada, será servido um “buffet com prodotti tipici del territorio” e a apresentação em praça pública da orquestra Aulos Ensemble, regida pelo maestro Emanuel Elisei. Tudo sob a chancela do Ministério da Cultura italiano e financiamento da União Europeia.
Seu portal eletrônico (freiconfaloni.org.br), administrado pelo Instituto ArteCidadania, será aberto na internet no dia 6 de setembro próximo, com todo material que se tem sobre ele até agora, incluindo o atual estágio do Raisonné Confaloni, o primeiro de um artista no Centro Oeste, já com mais de 1.500 imagens de obras cadastradas.
Quanto ao quiproquó do painel vandalizado, o certo é que ele é aguardado ansiosamente na cidade de Goiás, conforme anunciado pessoalmente pelo governador Ronaldo Caiado e esperado pelo frei Cristiano Bhering, reitor do Santuário do Rosário e diretor do Museu, e pelas entidades culturais vilaboenses.
O painel de frei Confaloni na sede onde por último funcionou a Secretaria de Estado da Educação, antes e depois:
Contudo, a última atualização a esse respeito é que a empresa que foi chamada para transportar até a cidade de Goiás e instalar o painel, no Museu Histórico Dominicano Frei Nazareno Confaloni (com verba de R$500mil garantida pelos proprietários do imóvel desocupado), entregou relatório à Superintendência de Patrimônio do Estado concluindo que é impossível realizar esta tarefa, o que é refutado por especialistas, dentre eles, o restaurador que realizou devidamente a decupagem e retirada do painel do seu local de origem. Aguarda-se pelos novos desdobramentos. Arte ainda que tarde.